7_CRONOLOGIA 1952 Anjo de Helsinquia - 7_CRONOLOGIA 1952 Anjo de Helsinquia
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A mulher de branco
O “Anjo da Paz de Helsinquia" que queria salvar o mundo
Na imagem, de um postal de tamanho humilde (apenas 15x11cm) do espólio de Mário Moniz Pereira à guarda do Museu Nacional do Desporto, mostra uma intrusa não autorizada na cerimónia de abertura dos Jogos de Helsínquia 1952. Barbara Rotraut Pleyer, de 23 anos, conquistou o seu lugar na história olímpica com a sua volta “ilegal” ao estádio, ficando conhecida como o “Anjo da Paz de Helsínquia”.
Em 19 de julho de 1952, a chuva não impedia que uma multidão de 70.000 pessoas se dirigisse ao estádio em Helsínquia para a abertura dos Jogos Olímpicos, aguardados por doze anos pela Finlândia. Após a cerimónia de abertura e o acendimento da pira olímpica, um incidente inesperado ocorreu: uma jovem alemã chamada Rotraut Pleyer invadiu a pista. Vestida de branco e carregando uma tocha apagada pela chuva, percorreu quase uma volta completa antes de subir ao pódio e tentar discursar, sendo então retirada do local por Erik von Frenckell.
CORRIDA SUBVERTIDA E ATIVISTA PELA PAZ
Pleyer, que entrou no estádio sem bilhete e sem ser detetada devido à sua aparência que a fazia parecer uma participante, tinha uma mensagem de paz. As suas ideias tinham nascido em 1948 e foram fortalecidas em 1951, quando tentou fazer discursos semelhantes em Berlim Oriental e Paris, sem sucesso. Após a sua detenção em Helsínquia, a polícia verificou os textos que ela tinha escrito e percebeu que a sua mensagem era um apelo sincero à paz mundial. A sua mensagem refletia os anseios de uma geração jovem por paz duradoura e culminava nas seguintes exigências:
1. todas as guerras frias e quentes deveriam acabar,
2. todos os povos deveriam eleger o seu próprio governo,
3. a maior medida possível de liberdade e igualdade deveria ser garantida.
Depois do incidente, Pleyer foi deportada para a Alemanha e continuou a promover a sua causa pacifista, que ressoava especialmente numa época de grande medo de um confronto atómico durante a Guerra da Coreia. A sua primeira aparição pública após os Jogos atraiu 600 pessoas, demonstrando a relevância e impacto das suas ideias num mundo em busca de paz.
«Foi decidido que no futuro, não serão permitidas demonstrações políticas durante os Jogos, seja no Estádio ou nos Campos Desportivos. Por outro lado, as manifestações que ocorram na cidade estão fora do âmbito da nossa jurisdição.»
Texto selecionado e traduzido de «The “Peace Angel of Helsinki” wanted to save the world», de Volker Kluge, International Society of Olympic Historians, 2017)
Texto original e integral disponível AQUI.
Inv. DEP.2017.MP.00715
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